Agente conta plano para sequestrar Brizola no exílio
| 25 de novembro de 2013
O jornal Folha de S. Paulo e seu site na internet deste domingo trazem entrevista com o ex-agente da P FJoão Lucena Leal, hoje com 75 anos, que relata a existência de uma operação do Exército para sequestrar o ex-governador Leonel Brizola, durante o exílio a que foi forçado no Uruguai depois da ditadura cívico militar que derrubou o presidente João Goulart, em 1964 (Na foto acima, Brizola aparece ao lado de Che Guevara, que conheceu, em Punta Del Este, em 1961, ainda como governador do Rio Grande do Sul)
Leonel Brizola teve sua casa em Porto Alegre revirada pelo Exército e era caçado como o iimigo número um da ditadura. Seu "crime" :primeiro ter assegurado a posse de João Goulart, com a Campanha da Legalidade, em 1961, e depois por ter liderado o apoio popular às reformas de base, no governo janguista. Brizola, que tentou a resistência ao golpe durante mais de um mês, em missão clandestina no sul do país, foi depois viver no Uruguai, de onde foi expulso por pressão do então governo brasileiro, em 1977, tendo ido depois morar em Nova York e Lisboa, até ser anistiado em 1979.
Veja Também: Congresso anulou sessão golpista que afastou Jango em 64
O agente entrevistado pela Folha é citado com destaque em listas que reúnem nomes de torturadores da ditadura militar (1964-85),disse ao jornal paulista ter se infiltrado na fazenda onde Brizola vivia no interior do Uruguai, em maio de 66, com o objetivo de criar um plano para sequestrá-lo. "Os militares não queriam matar Brizola. O plano era trazer ele para o Brasil e extrair informações sobre seus contatos com Cuba", afirma.
Ex-agente diz que menção a Jango em depoimento oficial é mentira
Na época, Brizola (1922-2004) era o principal nome da oposição ao regime militar e uma das apostas de Fidel Castro para a insurreição guerrilheira na América Latina. O cubano financiava o brasileiro para que ele derrubasse a ditadura brasileira. O plano de sequestro, segundo Lucena, era coordenado pelo 3º Exército, em Porto Alegre. O ex-agente afirma que, para a infiltração, fez treinamento de "tática de sequestro" na capital gaúcha.
"Meu trabalho era levantar as informações sobre a rotina dele para organizar o sequestro", disse o ex-policial. A primeira vez que o ex-agente falou sobre o plano foi em maio, em depoimento gravado à Comissão Nacional da Verdade, mantido em sigilo. Lucena disse à comissão que o presidente João Goulart (1919-1976) também foi alvo do plano de sequestro, mas à Folha ele afirmou que mentiu em seu depoimento, e que somente Brizola interessava aos militares nessa época.
A Folha esteve com Lucena na semana passada em Porto Velho (RO), onde ele fixou residência em 1980, após ser expulso da Polícia Federal por advocacia administrativa e começar a trabalhar como advogado na área criminal. O destino de Lucena no Uruguai foi Pando, cidade próxima de Montevidéu. Nos anos 60, quando Brizola arrendou ali uma fazenda com cerca de 60 vacas leiteiras, Pando tinha 12 mil habitantes.
Clique aqui para a reportagem completa da Folha
Leonel Brizola teve sua casa em Porto Alegre revirada pelo Exército e era caçado como o iimigo número um da ditadura. Seu "crime" :primeiro ter assegurado a posse de João Goulart, com a Campanha da Legalidade, em 1961, e depois por ter liderado o apoio popular às reformas de base, no governo janguista. Brizola, que tentou a resistência ao golpe durante mais de um mês, em missão clandestina no sul do país, foi depois viver no Uruguai, de onde foi expulso por pressão do então governo brasileiro, em 1977, tendo ido depois morar em Nova York e Lisboa, até ser anistiado em 1979.
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Ex-agente diz que menção a Jango em depoimento oficial é mentira
Na época, Brizola (1922-2004) era o principal nome da oposição ao regime militar e uma das apostas de Fidel Castro para a insurreição guerrilheira na América Latina. O cubano financiava o brasileiro para que ele derrubasse a ditadura brasileira. O plano de sequestro, segundo Lucena, era coordenado pelo 3º Exército, em Porto Alegre. O ex-agente afirma que, para a infiltração, fez treinamento de "tática de sequestro" na capital gaúcha.
"Meu trabalho era levantar as informações sobre a rotina dele para organizar o sequestro", disse o ex-policial. A primeira vez que o ex-agente falou sobre o plano foi em maio, em depoimento gravado à Comissão Nacional da Verdade, mantido em sigilo. Lucena disse à comissão que o presidente João Goulart (1919-1976) também foi alvo do plano de sequestro, mas à Folha ele afirmou que mentiu em seu depoimento, e que somente Brizola interessava aos militares nessa época.
A Folha esteve com Lucena na semana passada em Porto Velho (RO), onde ele fixou residência em 1980, após ser expulso da Polícia Federal por advocacia administrativa e começar a trabalhar como advogado na área criminal. O destino de Lucena no Uruguai foi Pando, cidade próxima de Montevidéu. Nos anos 60, quando Brizola arrendou ali uma fazenda com cerca de 60 vacas leiteiras, Pando tinha 12 mil habitantes.
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