quarta-feira, 10 de abril de 2013


Manifesto do Movimento Sindical do PDT
Repensar e reorganizar o Movimento Sindical

Companheiros e companheiras sindicalistas do PDT:

Passados quase 30 anos do processo de redemocratização do Brasil, estamos assistindo ao reordenamento das instituições democráticas como um todo, e, principalmente, no nosso caso específico, assistimos à agonia do movimento sindical brasileiro.

Com a ascensão de Leonel Brizola ao Governo do Rio de Janeiro em 1983 – e, no decorrer do tempo, de vários outros companheiros pelo Brasil afora – o PDT passou a botar em prática todos os princípios de organização da sociedade – associações de moradores, sindicatos etc. – estabelecidos em documentos históricos do Partido, como a Carta de Lisboa e outros.

Os mecanismos de dominação utilizados pela elite brasileira, no entanto, se apossaram de muitas das instituições sociais legitimamente organizadas pelo povo brasileiro, aparelhando-as e substituindo suas bandeiras de luta pelo discurso da concepção dominante, transformando militantes, formuladores e agentes políticos em meros estafetas de uma pseudocidadania, focada exclusivamente na lógica do consumo.

O movimento sindical não ficou imune a esse aparelhamento. Muito pelo contrário. O que deveria ser o alicerce de um movimento maior, de caráter nacional e soberano, foi transformado em mero instrumento de manipulação para um determinado grupamento político.

Perdeu-se a noção de nacionalidade, liberdade, democracia, soberania; e até mesmo a noção de solidariedade, que até então sempre norteara as lutas dos trabalhadores.

Neste contexto, assistimos ao apequenamento e à negação do papel dos trabalhadores diante do processo produtivo, relegando a um segundo plano sua importância na produção das riquezas de nossa nação.

Podemos assegurar que boa parte do movimento sindical de hoje, equivocadamente, já não mais considera o trabalhador como agente ativo no desenvolvimento do Brasil; apenas usa sua representação como instrumento para manobras de grupamentos políticos.

Diante de tal quadro, acreditamos que seja tarefa nossa – como trabalhistas que somos – não apenas repensar o movimento sindical, mas, verdadeiramente, resgatar a amplitude, a dimensão da organização dos trabalhadores, de forma direta; e ir além, aprofundando os aspectos sociais, políticos e humanos dos nossos companheiros, e reivindicando sua importância enquanto base fundamental do povo brasileiro.

Precisamos reorganizar nossas forças e restabelecer uma linha direta e ação entre o PDT e os trabalhadores do Brasil, readquirindo nossa capacidade de aglutinar companheiros em torno das causas nacionais: aquelas que unificam as lutas dos trabalhadores dos campos e das cidades.

Cada trabalhador é, naturalmente, um agente político em sua residência, sua rua, seu bairro e sua cidade. Neste sentido, precisamos agregar aos nossos esforços de organização a defesa de políticas públicas, caras a todos nós e essenciais à vida do trabalhador no seu dia a dia.

Cabe a nós, trabalhistas, respeitando fielmente a orientação da legítima Direção partidária, conclamar os trabalhadores para debater, interagir e ombrear com o PDT, participando e dando contribuição efetiva na construção de políticas públicas e projetos concretos para o saneamento, para a saúde, para a educação, para a cultura, para a segurança pública. Enfim, precisamos aglutinar os trabalhadores, torná-los novamente elemento fundamental na luta pela liberdade e soberania nacional, a partir de ações pontuais, locais e de interesse comum.

Acreditamos ser este o caminho a ser trilhado para começarmos a retornar para os trabalhadores – e em consequência para o povo – aquilo que sempre foi seu por direito e legitimidade: o poder de tomar a decisão sobre os destinos da nação brasileira.

Comissão Provisória do Movimento Sindical do PDT-RJ